No cenário financeiro brasileiro, fintechs, varejistas e gestoras de fundos enfrentam desafios crescentes com conformidade e segurança.
Um tema em destaque é a conta-bolsão, uma prática comum no passado, mas que hoje traz riscos importantes e enfrenta restrições regulatórias.
Entender esse conceito e suas implicações ajuda empresas a tomarem decisões estratégicas e a manter a competitividade.
Como funciona a conta-bolsão no setor financeiro?
Uma conta-bolsão é uma única conta bancária registrada no nome de uma instituição, geralmente uma fintech, que concentra fundos de vários clientes. Os recursos são depositados numa conta principal, enquanto a empresa usa controles internos para separar os saldos individuais em subcontas gráficas.
Esse modelo, também chamado de conta transacional ou de liquidação coletiva, é geralmente aberto por empresas em parceria com bancos tradicionais para armazenar fundos de clientes. O problema central está na falta de distinção: para o banco, todo o dinheiro parece pertencer à fintech, não aos usuários finais.
Na prática, os depósitos vão para a conta principal e sistemas internos registram os valores de cada cliente. Essa estrutura foi muito usada por fintechs sem licença bancária própria, que dependiam de bancos tradicionais para operar serviços financeiros.
Quais são os riscos e as regras para contas-bolsão no Brasil?
Regras indiretas e a necessidade de separar recursos
O termo conta-bolsão não aparece diretamente nas normas, mas a Lei nº 12.865/2013 e a Circular 3.680/2013 exigem segregação patrimonial e identificação clara dos saldos por cliente. Isso cria um ambiente desafiador, com cobrança por maior transparência, mesmo sem proibição explícita.
Além disso, as contas-bolsão seguem as regras gerais para instituições de pagamento, como a Lei 12.865/2013 e resoluções do CMN e do BCB. Isso reforça que a operação depende de controles rigorosos para garantir rastreabilidade dos fundos.
Restrições recentes do Banco Central
Novas normas trouxeram mudanças importantes. Desde março de 2023, a Resolução BCB 269 proíbe o uso de contas-bolsão para operações Pix. Empresas que usavam esse modelo precisaram migrar para contas individualizadas, com registro claro de titularidade.
Outras regras também endureceram os controles. A Resolução CMN nº 5.237, de julho de 2025, exige segregação patrimonial e controles internos detalhados. Já a Instrução Normativa BCB nº 636, de junho de 2025, reforça a necessidade de informações precisas sobre saldos e titulares.
Principais riscos jurídicos e operacionais
Os perigos das contas-bolsão são reais e variados. Um ponto crítico é a dificuldade de identificar a origem dos valores, já que o banco vê os fundos como pertencentes apenas à fintech. Isso pode facilitar atividades ilícitas e prejudicar a segurança do sistema financeiro.
Um exemplo marcante mostra o problema: a Polícia Federal detectou movimentações fraudulentas de R$ 7,5 bilhões em contas-bolsão, usadas para lavagem de dinheiro. Casos como esse expõem empresas a penalidades, perda de credibilidade e riscos financeiros.
Por isso, o Banco Central intensificou regras para fintechs, com foco em combater crimes como lavagem de dinheiro por meio de contas-bolsão. Essas ações mostram a prioridade em proteger o mercado financeiro.
Como garantir segurança e seguir as regras no setor financeiro?
Adote contas individualizadas para maior clareza
Passar para contas individualizadas é a melhor forma de assegurar transparência. Cada cliente tem uma conta própria, identificada com clareza, eliminando dúvidas sobre quem é o dono dos recursos. Para fintechs e varejistas, isso reduz riscos legais e operacionais.
Esse modelo também melhora o rastreamento de transações. Reguladores e auditores conseguem acompanhar o fluxo de dinheiro, o que atende às exigências do Banco Central e aumenta a confiança de clientes e parceiros.
Escolha parceiros com estrutura regulatória confiável
Selecionar fornecedores de tecnologia com licenças próprias e experiência em conformidade é fundamental. Empresas devem buscar parceiros que, além de soluções técnicas, saibam gerenciar relatórios regulatórios exigidos pelo Banco Central.
Uma boa estrutura inclui conexões diretas com o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e a Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN). Isso garante que as operações sigam as normas estabelecidas.
Invista em controles internos e governança
Ter políticas claras de governança e controles internos é indispensável para quem atua no setor financeiro. Isso envolve processos rigorosos de KYC (Conheça Seu Cliente), monitoramento de transações suspeitas e garantia de segregação patrimonial.
Também é importante adotar auditorias regulares, relatórios automáticos de conformidade e sistemas para identificar e reduzir riscos. Essas medidas protegem a operação e evitam problemas regulatórios.
Quais erros evitar ao gerenciar recursos de clientes?
Ignorar as novas normas do Banco Central
Desrespeitar as regras recentes, como a Resolução BCB 269/2022, pode trazer multas, restrições e até suspensão de atividades. Usar contas-bolsão para transações Pix, por exemplo, vai contra as normas atuais. Empresas precisam se atualizar e ajustar suas operações rapidamente para evitar consequências graves.
Subestimar riscos de fraude e crimes financeiros
A falta de rastreabilidade nas contas-bolsão abre espaço para abusos criminosos. Sem controles eficazes de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD) e combate ao financiamento do terrorismo (CFT), empresas ficam vulneráveis a danos regulatórios e de reputação. Investir em monitoramento e análise de transações é essencial.
Misturar recursos próprios e de clientes
Combinar fundos da empresa com os de clientes viola regras básicas de segregação patrimonial. Isso não só descumpre normas legais, mas também coloca os recursos dos usuários em risco se houver problemas financeiros. Separar os patrimônios é uma obrigação ética e jurídica para proteger todos os envolvidos.
Por que escolher a Celcoin para uma operação financeira segura?
BaaS e Core Banking para crescer com conformidade
A Celcoin oferece uma infraestrutura completa para apoiar empresas em diferentes estágios, desde o início até operações mais complexas. Para quem não tem licença regulatória, o Banking as a Service (BaaS) permite operar usando nossas credenciais, como a de Instituição de Pagamento (IP), garantindo conformidade desde o primeiro dia.
Já para quem possui licença própria, o Core Banking da Celcoin integra tecnologia avançada com a estrutura existente. Isso facilita o crescimento sem a necessidade de recomeçar do zero ou fazer grandes ajustes técnicos.
Automação de relatórios e conexão com o Bacen
A Celcoin simplifica o cumprimento regulatório, gerenciando relatórios como CCS, CADOCs, COSIF e outros. Nossa infraestrutura tem conexão direta com a Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN) e o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), assegurando que todas as operações sigam as normas do Banco Central.
Segurança e conformidade garantidas
Com a Celcoin, sua operação fica protegida por uma base tecnológica regulada, eliminando riscos ligados a modelos como a conta-bolsão. Nosso foco está na proteção dos recursos dos clientes e no atendimento às exigências regulatórias, oferecendo tranquilidade para o seu negócio.
Dúvidas comuns sobre conta-bolsão e regras financeiras
Qual a diferença entre Core Banking e BaaS na Celcoin?
Core Banking é uma evolução do Banking as a Service (BaaS). Enquanto o BaaS permite operar com a licença da Celcoin, o Core Banking oferece uma infraestrutura mais completa, tanto para quem usa nossa licença quanto para quem tem a própria. Isso ajuda empresas a crescerem sem precisar desenvolver sistemas do zero, com suporte a relatórios regulatórios e conformidade total.
Por que evitar contas-bolsão em bancos tradicionais?
Usar contas-bolsão em bancos tradicionais aumenta riscos regulatórios, já que os recursos dos clientes não são devidamente individualizados. As normas atuais exigem maior transparência e segregação, equiparando fintechs às obrigações de bancos. A Celcoin oferece uma estrutura segura e regulada para atender a essas demandas.
Quais exigências regulatórias a Celcoin ajuda a cumprir?
A Celcoin apoia no cumprimento de normas do Banco Central, incluindo relatórios diários e mensais, com conexão direta ao SPB e à RSFN. Para quem tem licença própria, integramos a estrutura ao nosso Core Banking, gerenciando as mesmas obrigações regulatórias com eficiência.
Quanto tempo leva para implementar as soluções da Celcoin?
O tempo de implementação depende da complexidade da operação. Algumas empresas concluem o processo em uma semana, enquanto outras podem levar até três meses. Tudo varia conforme a estrutura atual e a preparação para a migração.
Conclusão: o caminho para uma infraestrutura financeira transparente
O uso de contas-bolsão está ficando para trás no Brasil, dando espaço a modelos mais transparentes e alinhados às normas. Regras como a Resolução BCB 269/2022 e atualizações de 2025 mostram a tendência de individualizar contas e separar recursos com rigor.
Para fintechs e varejistas, entender essas mudanças não é apenas uma questão de seguir regras, mas de se manterem competitivas. Escolher parceiros com tecnologia atualizada e capacidade regulatória é crucial para crescer de forma sustentável.
A segregação patrimonial e a individualização de contas são bases para a segurança do sistema financeiro. Mais do que uma obrigação, a conformidade se torna uma vantagem que fortalece a confiança e abre portas para inovação responsável.
O futuro financeiro no Brasil será marcado por maior clareza e controles rigorosos. Empresas que adotam soluções alinhadas às normas agora ganham uma posição de destaque num mercado cada vez mais exigente.